PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
O Planejamento
estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas
de ação e para sua execução, levando em conta as condições internas e externas à empresa e sua evolução esperada.
O Planejamento estratégico é
um método pelo qual a empresa define a mobilização de seus recursos para
alcançar os objetivos propostos. É um planejamento global de longo prazo.
É
o planejamento mais amplo e abrangente da organização.
O planejamento
estratégico procura responder a questões básicas, como:
Por que a organização existe?
O que e como ela faz?
Onde ela quer chegar?
Dele resulta um plano estratégico, ou seja, conjunto flexível de informações consolidadas, que serve de referência e guia para
a ação organizacional. Pode ser considerado como uma bússola para os membros de
uma determinada organização.
Suas
principais características são:
§ Projetado
a longo prazo, tendo seus efeitos e consequências estendidos a vários anos pela
frente;
§ Envolve
a empresa como uma totalidade, abrange todos os recursos e áreas de atividade, e
preocupa-se em atingir os objetivos ao nível organizacional;
§ Definido
pela cúpula da organização e correspondente ao plano maior ao qual todos os
demais estão subordinados.
O estabelecimento de um planejamento estratégico
envolve cinco atividades:
- Definição da
missão corporativa.
- Análise da
situação.
- Formulação de
objetivos.
- Formulação de
estratégias.
- Implementação,
Feedback e controle.
Estratégia
É a mobilização
de todos os recursos da empresa no âmbito global visando atingir objetivos
definidos previamente.
É uma metodologia gerencial que permite estabelecer
o caminho a ser seguido pela
empresa, visando elevar o grau de interações com os ambientes interno e
externo.
Os 5 P da
Estratégia: plano,
padrão, piège, posição,
Plano (guia da ação organizacional): a estratégia
consiste numa linha de conduta ou um
guia de ação intencional, que conduz os diferentes níveis e áreas da
empresa.
Entendidas como
planos, as estratégias são formuladas antes das ações, às quais elas se
aplicam, sendo desenvolvidas conscientemente e intencionalmente.
Padrão (constância no comportamento): a estratégia
pode surgir de uma constância no
comportamento e indicar um padrão de continuidade (rotina). Segundo essa
definição, a estratégia pode surgir das próprias ações cotidianas, de forma intencional
ou não.
Piège (armadilha para concorrente): a
estratégia age como uma manobra
particular para eliminar ou enfraquecer o concorrente, sendo utilizada como
um instrumento para lidar com a competição que a empresa enfrenta na sua Indústria.
Posição (posição competitiva): a estratégia é
uma forma de localizar a empresa no seu meio ambiente, melhorando sua posição competitiva. Nessa concepção a
estratégia permite definir o local (dentro do ambiente mais amplo) onde a
empresa vai concentrar os seus recursos,
visando manter
ou melhorar sua posição.
Perspectiva (perceber o ambiente): a estratégia
reflete os conceitos, os valores e a perspectivas partilhados pelos membros da
organização. Nessa definição, a estratégia é também influenciada pela forma
como a empresa e seus membros percebem o
ambiente. A personalidade e a cultura da empresa serão então determinantes
para a definição da estratégia.
Diretrizes organizacionais
Missão da empresa (razão de ser)
Consiste na sua razão
de ser e determina a sua identidade. Apesar da sua definição ser um
elemento essencial para a gestão de qualquer organização, é comum o gestor não
conseguir definir com clareza sua missão por confundi-la com o próprio
produto/serviço oferecido. Quando isso ocorre, a organização restringe a sua
missão à mera produção do bem ou do serviço, não conseguindo enxergar a
necessidade à qual atende, o que pode limitar a sua perspectiva em termos de
atuação estratégica no mercado
Visão (pretende estar no futuro)
Consiste num macroobjetivo, não quantificável de longo
prazo, que expressa onde e como a organização pretende estar no futuro. A visão atua como um elemento motivador,
energizando a empresa e criando um ambiente propício ao surgimento de novas
idéias. Toda visão tem um componente racional, que é produto da análise
ambiental e um componente subjetivo, que é o feeling do gestor.
Objetivos
São resultados que a empresa busca atingir, podendo ser de
longo, médio ou curto prazos. Servem para concretizar a missão e a visão da organização.
Para que os objetivos exerçam sua função devem ser:
(1) específicos,
indicando claramente o que se quer alcançar;
(2) passíveis de
serem alcançados, para não causar desânimo na equipe;
(3) flexíveis,
de forma que possam ser modificados, caso haja necessidade;
(4) mensuráveis
e conter prazos, pois quanto mais quantificados, mais fácil será a sua
mensuração
A elaboração do Planejamento Estratégico
1. Formulação
dos objetivos organizacionais
A empresa define os objetivos globais que pretende
alcançar a longo prazo e estabelece a ordem de importância e prioridade em uma
hierarquia de objetivos.
2. Análise interna das forças e limitações da
empresa
A seguir, faz-se uma análise das condições internas
da empresa para permitir uma avaliação dos principais pontos fortes e dos
pontos fracos que a organização possui.
Os pontos fortes constituem as forças propulsoras
da organização que facilitam o alcance dos objetivos organizacionais - e devem
ser reforçados, enquanto os pontos fracos constituem as limitações e forças
restritivas que dificultam ou impedem o seu alcance - e que devem ser
superados.
Essa análise interna envolve:
Análise dos recursos (recursos financeiros,
máquinas, equipamentos, matérias-primas, recursos humanos, tecnologia etc.) de
que a empresa dispõe para as suas operações atuais ou futuras.
Análise da estrutura organizacional da empresa,
seus aspectos positivos e negativos, divisão de trabalho entre departamentos e
unidades e como os objetivos organizacionais foram distribuídos em objetivos
departamentais.
Avaliação do desempenho da empresa, em termos de
lucratividade, produção, produtividade, inovação, crescimento e desenvolvimento
dos negócios.
3. Análise
externa
Trata-se de uma análise do ambiente externo à
empresa, ou seja, das condições externas que rodeiam a empresa e que lhe impõem
desafios e oportunidades.
A análise externa envolve:
Mercados abrangidos pela empresa, características
atuais e tendências futuras, oportunidades e perspectivas.
Concorrência ou competição, isto é, empresas que
atuam no mercado, disputando os mesmos clientes, consumidores ou recursos.
A conjuntura econômica, tendências políticas,
sociais, culturais, legais etc., que afetam a sociedade e todas as
demais empresas.
Uma importante ferramenta para o estudo das
estratégias no ambiente externo são as forças competitivas estudadas por
Michael Porter :
. a rivalidade entre vendedores concorrentes,
que é determinada pelo número de concorrentes, seu tamanho e as condições de
competição existentes (demanda, integração das empresas, armas competitivas
utilizadas);
. as tentativas
que as empresas fazem no mercado para conquistar os clientes com seus produtos substitutos. Os produtos
substitutos podem ser considerados todos aqueles de
outras
indústrias que atendem à mesma necessidade;
. o potencial de entrada de novos concorrentes, que é
determinado pela quantidade e intensidade das barreiras à entrada existentes do
mercado, assim como pela reação dos concorrentes existentes;
. o poder de barganha dos fornecedores, que
é definido, dentre outros fatores, pelo tamanho do fornecedor, a importância do
seu insumo e as vantagens que ele oferece para a empresa cliente;
. o poder de barganha dos compradores do
produto,que é maior quando os consumidores têm mais opções de compra e
possibilidade de trocar de marcas, sem maiores custos.
4. Formulação
das Alternativas Estratégicas
Nesta quarta fase do planejamento estratégico formulam-se as alternativas que a
organização pode adotar para alcançar os objetivos organizacionais pretendidos,
tendo em vista as condições internas e externas.
As alternativas estratégicas constituem os cursos
de ação futura que a organização pode adotar para atingir seus objetivos
globais. De um modo genérico, o planejamento
estratégico da organização refere-se ao produto (bens que a organização
produz ou serviços que presta) ou ao mercado (onde a organização coloca seus
produtos ou bens ou onde presta seus serviços).
O planejamento
estratégico deve comportar decisões sobre o futuro da organização, como:
- Objetivos organizacionais a longo prazo e seu desdobramento em
objetivos departamentais detalhados.
- As atividades escolhidas, isto é, os produtos (bens
ou serviços) que a organização pretende produzir.
- O mercado visado pela organização, ou seja, os consumidores ou clientes que ela
pretende abranger com seus produtos.
- Os lucros esperados para cada uma de suas
atividades.
- Alternativas estratégicas quanto às suas atividades (manter o produto
atual, maior penetração no mercado atual, desenvolver novos mercados).
- Interação vertical em direção aos fornecedores de recursos ou integração horizontal em direção aos consumidores
ou clientes.
- Novos investimentos em recursos (materiais, financeiros, máquinas
e equipamentos, recursos humanos, tecnologia etc.) para inovação
(mudanças) ou para crescimento (expansão).
PLANEJAMENTO
BASEADO EM CENÁRIOS
Planejamento baseado em cenários é a ferramenta que
serve para ordenar as percepções de uma pessoa sobre ambientes
futuros alternativos nos quais as conseqüências de sua decisão vão
acontecer.
O planejamento de cenários implica escolher, hoje, dentre
várias opções, com total compreensão dos possíveis resultados.
É uma ferramenta para ordenar as diferentes
percepções do futuro no qual essas opções produzirão efeitos, embora esteja
mais próximo de uma forma disciplinada de pensar do que uma metodologia técnica
ou fórmula.
O planejamento baseado em cenários é um método
disciplinado para imaginar possíveis futuros. Vem sendo aplicado a uma grande
variedade de questões e pode-se afirmar que é um processo altamente interativo,
intenso e imaginativo.
Quando se utiliza a análise de cenários como
ferramenta do Planejamento Estratégico, a Instituição procura vislumbrar os
possíveis ambientes alternativos que o futuro poderá apresentar. Trata-se de
uma metodologia que vem sendo largamente utilizada em empresas públicas, de
economia mista e do setor privado, ou seja, da administração moderna de uma
forma geral.
Os dirigentes, gestores ou executivos que puderem
expandir sua imaginação para ver uma gama mais ampla de possíveis futuros
estarão muito melhor posicionados para aproveitar as oportunidades imprevistas
que surgirão. A partir do momento em que os gestores estejam preparados para
enfrentar situações repentinas, imprevistos ou possíveis oportunidades que o
mercado lhe apresente, a probabilidade de se agir rápida e eficazmente é
amplificada.
O planejamento
estratégico, quando se projeta para o futuro depara-se com a incerteza – e para
amenizar essa incerteza utiliza a técnica denominada “cenários”.
Cenário
Cada cenário conta a história de como vários elementos
poderiam interagir sob determinadas condições. Quando os relacionamentos entre
elementos podem ser formalizados, a Instituição pode desenvolver modelos
quantitativos.
Tipos de cenários
Essa técnica é composta
de três caminhos: um ideal, um otimista
e um pessimista. Assim, o futuro é incerto, e mesmo esperando um futuro
melhor, não há garantias de que ele representará um progresso em relação ao
passado, pois pode ocorrer o cenário pessimista, que não será bom para a
empresa.
Ela deve avaliar cada cenário em termos de
consistência interna e plausibilidade. Os cenários são muito mais que apenas
resultado de um modelo de simulação complexa. Ao contrário, eles tentam
interpretar esse resultado através da identificação de padrões e agrupamentos
entre os diversos resultados possíveis.
O planejamento baseado em cenários procura captar a
riqueza e a variedade de possibilidades, estimulando os tomadores de decisão a
considerarem mudanças que, caso contrário, iriam ignorar.
Métodos
para Construção de Cenários:
a) Lógica Intuitiva: desenvolvido pelo Stanford
Research Institute (SRI) e pela Shell, baseada na influência dos modelos
mentais dos tomadores de decisão, através da análise pontos fracos e ameaças.
b) Análise Prospectiva: desenvolvida por Michel
Godet, na França, identifica as variáveis chaves da empresa, pontos fortes e
fracos e oportunidades e ameaças. Possui formas estruturadas de identificar a
probabilidade de ocorrer o evento para formular a estratégia.
c) Análise do Impacto de Tendências probabilísticas:
desenvolvido pelo Futures Group, baseia-se na projeção independente de
variáveis chaves, que são depois ajustadas pelo impacto da ocorrência de certos
eventos.
d) BASICS (Battelle Scenario Inputs to Corporate
Strategy): identifica oportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos que
permite entender os efeitos complexos de variáveis inter-relacionadas e
quantificar estas relações. É uma adaptação da Análise do Impacto Cruzado.
e) INTERAX (Interative Cross-Impact Simulation):
ferramenta para administração estratégica, que auxilia nas decisões internas
através da projeção de cenários desenvolve melhor entendimento de alternativas
futuras do ambiente.
e) Future Mapping: originou-se na IBM e no
Citibank, desenvolvido Northeast Consulting Resources Inc. (NCRI), com
fundamento semelhante à Lógica intuitiva, na qual planejar é aprender e
perceber o funcionamento do ambiente de negócios, se há recursos para enfrentar
o futuro, através de uma participação ativa dos executivos.
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