CULTURA ORGANIZACIONAL
Conceito de cultura Organizacional
Cultura é o termo genérico usado
para significar duas acepções diferentes. De um lado, o conjunto de
costumes, civilização e realizações de uma época ou povo,
e, de outro lado, artes,
erudição e demais manifestações mais sofisticadas do intelecto
e da sensibilidade humana, consideradas coletivamente.
A cultura organizacional nada tem
a ver com isto. No estudo das organizações, a cultura equivale ao modo de vida
da organização em todos os seus aspectos, como ideias, crenças, costumes,
regras, técnicas, etc. Neste sentido, todos os seres humanos são dotados de
cultura, pois fazem parte de algum sistema cultural. Em função disso, toda
pessoa tende a ver e julgar as outras culturas a partir do ponto de vista de
sua própria cultura. Daí o relativismo: As crenças e comportamentos só podem
ser compreendidos em relação ao seu contexto cultural.
A cultura organizacional ou
cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de
normas, valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros da
organização. Ela refere-se ao sistema de significados compartilhados por todos
os membros e que distingue uma organização das demais. Constitui o modo
institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização.
A essência da cultura de uma
empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a maneira como ela
trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe
em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus
funcionários com relação à empresa. A cultura organizacional representa as
percepções dos dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade
que predomina na organização. Por esta razão, ela condiciona a administração
das pessoas.
A cultura organizacional
compreende um conjunto de propriedades do ambiente de trabalho, percebidas
pelos empregados, constituindo-se numa das forças importantes que influenciam o
comportamento. Compreende além das normas formais, também o conjunto de regras não escritas, que
condicionam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da organização: Por este
motivo, o processo de mudança é muito difícil, exigindo cuidado e tempo.
Para se obter uma mudança
duradoura, não se tenta mudar pessoas, mas as restrições organizacionais que
operam sobre elas. A cultura da organização envolve um conjunto de pressupostos
psicossociais como normas, valores, recompensas e poder, sendo atributo
intrínseco a organização.
Cada organização cultiva e mantém
a sua própria cultura. É por este motivo que algumas empresas são conhecidas
por algumas peculiaridades próprias. Os administradores da Procter & Gamble
fazem memorandos que não ultrapassam uma página. Todas as reuniões da Du Pont
começam com um comentário obrigatório sobre segurança. O pessoal da Toyota está
concentrado em perfeição.
A cultura representa o universo
simbólico da organização e proporciona um referencial de padrões de desempenho
entre os funcionários, influenciando a pontualidade, a produtividade e a
preocupação com qualidade e serviço ao cliente.
A cultura exprime a identidade da
organização. Ela é construída ao longo do tempo e passa a impregnar todas as
práticas, constituindo um complexo de representações mentais e um sistema
coerente de significados que une todos os membros em torno dos mesmos objetivos
e dos mesmos modos de agir. Ela serve de elo entre o presente e o passado e
contribui para a permanência e a coesão da organização. Em outras palavras, a
cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que
orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e que
direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais.
No fundo, é a cultura que define
a missão e provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da
organização. A cultura precisa ser alinhada juntamente com outros aspectos das
decisões e ações da organização como planejamento, organização, direção e
controle para que se possa melhor conhecer a organização. A cultura organizacional
se caracteriza pela sua aceitação implícita pelos seus membros. Ela é também
reforçada pelo próprio processo de seleção, que elimina as pessoas com
características discrepantes com os padrões estabelecidos e ajuda a preservar a
cultura.
Discutir e pesquisar
sobre as questões da cultura organizacional vem se tornando presença constante
na maior parte das atividades profissionais. Mais do que um simples modismo,
estudos nesta área têm permitido compreender as organizações além daqueles
aspectos abordados nas análises estruturais mais clássicas. É possível, por
exemplo, através desses estudos, responder porque surgem tantas barreiras aos
processos de mudança que as organizações implantam na busca pela solução de
problemas. Porque valores, aparentemente sem importância na organização, podem,
quando questionados, inviabilizar todo um trabalho bem planejado de
reorganização. Sem dúvida é um tema que merece atenção.
COMPONENTES DA CULTURA ORGANIZACIONAL (pressupostos)
O entendimento de quatro pressupostos
à cultura da organização, é um ponto básico para o sucesso do diagnostico organizacional,
geralmente naquelas intervenções onde se torna fundamental compreender como a
organização funciona ao ponto de vista do comportamento humano:
a) Normas: São padrões
ou regras de conduta nos quais os membros da organização se enquadram. A
norma é um padrão que as pessoas obedecem sem levar em conta o lado bem ou mau.
As normas podem ser:
- Explícitas:
as pessoas a elas se adequam conscientemente. Ex.: Manuais, estatutos,
regulamentos, etc.
- Implícitas
(subentendidas):
Como aquelas regras de conduta às quais as pessoas se conformam, mas não tem
consciência.
Quanto mais
conformidade existir entre os dois tipos de normas, mais desenvolvida e eficaz
será uma organização;
b) Valores: O conjunto
daquilo que a força de trabalho julga positivo ou negativo numa
organização constitui o sistema de valores da organização. Normas e valores
interrelacionam-se, existindo, consequentemente, uma interdependência entre
eles; os valores podem estar refletidos nas normas, mas pressupõem se a
norma é boa ou ruim, uma vez que há avaliação. Refletem esses valores a
sociedade onde se insere a organização;
c) Recompensa: Segundo um
postulado das ciências do comportamento: "As pessoas se comportam como uma
função daquilo que recebem de recompensa ou reforço". Portanto, é
indispensável, no desenvolvimento do trabalho, procurar identificar aos
gerentes não só laurear os empregados de excepcional rendimento, mas que também
possa servir de estímulo aos menos dedicados;
d) Poder: Quem tem poder na
organização? Até que ponto esse poder é distribuído? Qual o grau de
centralização ou descentralização da autoridade? Quem determina as recompensas?
ELEMENTOS DA CULTURA ORGANIZACIONAL
Tanto o administrador como o
consultor, precisam conhecer os elementos, as características e a dinâmica da
cultura organizacional para o bom desempenho de suas funções. A cultura pode
ser dividida em três elementos componentes, cada um abrangendo uma área de
fenômenos:
a)
Preceitos: Conjunto
de normas, valores, regulamentos, política administrativa, tradições,
estilos gerenciais que governam e controlam o funcionamento organizacional.
É a função reguladora/normativa, de autoridade
dentro da organização. Engloba não só as leis formais, como os costumes,
rituais, padrões e códigos informais, isto é, não estabelecidos
oficialmente, mas obedecido tacitamente. Em linguagem de análise transacional,
corresponde ao Pai;
em linguagem da teoria
sistêmica, relaciona-se ao subsistema gerencial administrativo;
b) Tecnologia: Conjunto
de instrumentos, processos, know-how, modo de fazer as coisas, lay-out,
distribuição de tarefas, divisão do trabalho e fluxo organizacional. É a função técnica,
metodológica, científica, racional e operativa da organização. Engloba o grau
de maior ou menor estrutura das funções, grau maior ou menor de certeza das
tarefas e contato com o meio ambiente. Em linguagem de análise transacional,
corresponde ao Adulto;
em linguagem de teoria sistêmica, relaciona-se ao subsistema técnico-estrutural. Os
intercâmbios culturais são mais fáceis a nível tecnológico. Mesmo assim, passam
pelo crivo dos preceitos e caráter locais;
c) Caráter: Conjunto de
expressões ativas e afetivas dos indivíduos da organização, manifestações
subjetivas de idiossincrasias características dos comportamentos
grupais. Engloba as percepções, os sentimentos e as reações positivas ou
negativas dos sujeitos organizacionais. Em linguagem de análise transacional,
corresponde à Criança;
em linguagem de teoria sistêmica relaciona-se ao subsistema psicossocial ou
comportamental.
idiossincrasias:
comportamento/caracteristica peculiar
Os três elementos da cultura não
são necessariamente equivalentes: Um ou outro pode predominar na vida
organizacional, pode ter maior expressão, atuar com mais força. Há organizações
eminentemente tecnológicas, outras mais normativas, outras ainda em que é mais
intensa a expressão do caráter. Não só a cultura é diferente de organização
para organização, em virtude dos conteúdos preceituais, tecnológicos e
caracterológicos envolvidos, como dentro da mesma organização formam-se
subculturas diferentes nas diversas unidades (divisões, departamentos, sessões,
etc.). O setor de vendas tem características diversas da produção; a divisão
administrativa tem uma subcultura diferente da técnica, etc. Também ocorrem
diferenças culturais ao longo da hierarquia, nos diversos escalões gerenciais.
Os três elementos culturais são
interdependentes, isto é, cada um tem efeito sobre os outros dois. Uma
inovação tecnológica pode acarretar mudança nas diretrizes organizacionais, com
efeito conseqüente no seu caráter. A interdependência mais estreita e direta
ocorre entre preceitos e caráter. As normas são responsáveis pela segurança e
expressão das necessidades psicológicas dos indivíduos. O abuso das
manifestações pessoais ameaça a disciplina e a segurança da organização.
As especializações levam à
formação de grupos com cultura própria. Os especialistas sofrem conflitos de
lealdade entre a organização em que trabalham e o grupo de sua profissão,
quando as duas culturas entram em choque. Por esse motivo é mais lenta a
formação de uma cultura própria nas equipes multidisciplinares, em que
trabalham técnicos de diferentes origens profissionais.
A empresa familiar caracteriza-se
por uma cultura que reforça os preceitos e tende a ser resistente às demandas
externas. Está mais empenhada na preservação dos seus valores do que em
abertura e renovação.
A organização brasileira também
revela cultura patriarcal. O estilo gerencial mais aceito é o autocrático
benevolente. Existe uma cultura organizacional típica das grandes organizações
que transcende as culturas sociais locais. Em outras palavras: As grandes
organizações, em diversas partes do mundo, são mais semelhantes entre si do que
as grandes e pequenas empresas no mesmo país.
PRECEITOS DA CULTURA ORGANIZACIONAL
A cultura
organizacional envolve artefatos (padrões de comportamento), valores
compartilhados (crenças) e pressupostos (valores, verdades). Também pode conter
componentes visíveis, que são sempre orientados pelos aspectos organizacionais,
ou componentes ocultos, que são sempre orientados pela emoção e situações
afetivas.
Preceitos (implícitos ou explícitos)
Normas,
regulamentos, costumes, tradições, símbolos, estilos de gerência, tipos de
liderança, políticas administrativas, estrutura hierárquica, padrões de
desempenho.
Tecnologia
(instrumentos e processos utilizados)
Máquinas, equipamentos,
layout, distribuição e métodos de trabalhos.
Caráter
(Manifestação dos indivíduos)
Participação,
criatividade, grupos informais, medo tensão, apatia, agressividade, comodismo.
Essa mesma
cultura pode aparecer nas organizações de duas formas distintas. Como um
subsistema que se liga à estrutura, à estratégia, sistemas políticos e
técnicos, ou ainda como uma superestrutura que determina todos os demais
componentes. Alguns dos componentes da cultura são de origem histórica, do
ambiente e território em que ela se situa, de crenças e pressupostos (mitos,
ideologias, etc.), de regras, nomes e regulamentos, do processo de comunicação
(linguagem), de ritos, rituais e cerimônias, de heróis e tabus, ou ainda de
produtos e serviços com que está envolvida.
NÍVEIS DA CULTURA ORGANIZACIONAL
Toda cultura se apresenta em três
diferentes níveis:
a)
Artefatos:
Constituem o primeiro nível da cultura, o mais superficial, visível e
perceptível. Artefatos são as coisas concretas que cada um vê, ouve e sente
quando se depara com uma organização. Incluem os produtos, serviços, e os
padrões, de comportamento dos membros de uma organização. Quando se
percorre os escritórios de uma organização, pode-se notar como as pessoas se vestem, como
elas falam, sobre o que conversam, como se comportam, o que são importantes e
relevantes para elas. Os artefatos são todas ou eventos que podem nos indicar visual ou auditivamente
como é a cultura da organização. Os símbolos, as histórias, os heróis, os
lemas, as cerimônias anuais são exemplos de artefatos;
b)
Valores compartilhados:
Constituem o segundo nível
da cultura. São os valores relevantes que se tornam importantes para as
pessoas e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem. Funcionam
como justificativas aceitas por todos os membros. Em muitas culturas
organizacionais os valores são criados originalmente pelos fundadores da
organização;
c)
Pressuposições básicas:
Constituem o nível mais íntimo, profundo e oculto da cultura organizacional.
São as crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições
dominantes nos quais as pessoas acreditam. A cultura prescreve a maneira de
fazer as coisas adotadas na organização, muitas vezes através de pressuposições
não escritas e nem sequer faladas.
VANTAGENS
E DESVANTAGENS DA CULTURA ORGANIZACIONALvvv
Além de tudo que foi exposto
anteriormente, a cultura também ajuda na resolução de problemas internos, diminui conflitos e diferenças,
faz o controle da gestão,
e desenvolve uma imagem positiva da organização na mente de quem a
conhece.
A única desvantagem que a formação de uma cultura
organizacional pode vir a trazer é se ela puder de alguma forma, impedir que a empresa progrida,
colocando obstáculos a mudanças, a diversidade, a fusões ou aquisições.
ASPECTOS
VISÍVEIS E INVISÍVEIS DA CULTURA ORGANIZACIONAL
A cultura organizacional
apresenta aspectos que podem ser vistos e aspectos invisíveis, conforme segue:
Aspectos
Visíveis: Aspectos Invisíveis:
* Estrutura organizacional * Padrões de influência e poder
* Descrição de cargos * Percepção e atitude
* Objetivos e estratégias * Sentimentos
* Práticas utilizadas * Valores e expectativas
* Metidos de trabalho * Relações afetivas
* Política de pessoal * Interação entre os
grupos
* Tecnologia * Estilo de
liderança
CARACTERÍSTICAS
BÁSICAS DA CULTURA DE UMA ORGANIZAÇÃO
A cultura organizacional de uma
empresa basicamente é uma percepção comum compartilhada pelos membros de uma
organização; um sistema de valores com aspectos compartilhados pelos seus
membros. Esse sistema é um conjunto de características-chave que a organização
valoriza.
Segundo (Robbins, 2002), existem
sete características que, em seu conjunto, capturam a essência da cultura de uma organização,
são elas:
1. Inovação e assunção de riscos: o grau em que funcionários são estimulados
a inovar e a assumir riscos.
2. Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcionários
demonstrem precisão, análise e atenção aos detalhes.
3. Orientação para os resultados: o grau em que os dirigentes focam
mais os resultados do que as técnicas e os processos empregados para o seu
alcance.
4. Orientação para as pessoas: o grau em que as decisões dos
dirigentes levam em consideração o efeito dos resultados sobre as pessoas
dentro da organização.
5. Orientação para a equipe: o grau em que as atividades de trabalho
são mais organizadas em termos de equipes do que de indivíduos.
6. Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas e
agressivas, em vez de dóceis e acomodadas.
7. Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais enfatizam
a manutenção do status quo em contraste com o crescimento.
CULTURA
EMPRESARIAL
FORMAS DE APRENDIZAGEM DA CULTURA ORGANIZACIONAL
Os funcionários aprendem a
cultura organizacional através de várias formas:
a) Histórias: Contos e passagens sobre o fundador da
companhia, lembranças, sobre dificuldades ou eventos especiais, regras de
conduta, corte e recolocação de funcionários. Acertos e erros do passado
geralmente ancoram o presente no passado e explicam a legitimação das práticas atuais;
b)
Rituais e cerimônias:
São seqüências repetitivas de atividades que expressam e reforçam os valores
principais da organização. As cerimônias de fim de ano e as comemorações do
aniversário da organização são rituais que reúnem e aproximam a totalidade dos
funcionários para motivar e reforçar aspectos da cultura da organização, bem
como reduzir os conflitos;
c)
Símbolos materiais:
A arquitetura do edifício, as salas e mesas, o tamanho e arranjo físico dos
escritórios constituem símbolos materiais que definem o grau de igualdade ou
diferenciação entre as pessoas e o tipo de comportamento (como assumir riscos
ou seguir a rotina, autoritarismo ou espírito democrático, estilo participativo
ou individualismo, atitude conservadora ou inovadora) desejados pela
organização. Os símbolos materiais constituem a comunicação não verbal;
d)
Linguagem: Muitas
organizações e mesmo unidades dentro das organizações utilizam a linguagem como
um meio de identificar membros de uma cultura ou subcultura. Ao aprender
a linguagem, o membro confirma a aceitação da cultura e ajuda a preservá-la. As
organizações desenvolvem termos singulares para descrever equipamentos,
escritórios, pessoas - chaves, fornecedores, clientes ou produtos. Também a maneira
como as pessoas se vestem e os documentos utilizados constituem formas de
expressar a cultura organizacional.
TIPOS DE CULTURA ORGANIZACIONAL
a)
Culturas adaptativas: Se caracterizam pela sua
maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a inovação e a mudança. São
organizações que adotam e fazem constantes revisões e atualizações, em suas
culturas adaptativas se caracterizam pela criatividade, inovação e mudanças. De
um lado, a necessidade de mudança e a adaptação para garantir a atualização e
modernização, e de outro, a necessidade de estabilidade e permanência para
garantir a identidade da organização. O Japão, por exemplo, é um país que
convive com tradições milenares ao mesmo tempo em que cultua e incentiva a
mudança e a inovação constantes. Nos ambientes empresariais em rápida mudança,
a capacidade de introdução de novas estratégias e práticas organizacionais é
uma necessidade se a empresa tiver que atingir um desempenho superior por um
longo período de tempo. As marcas de excelência de uma cultura adaptável são:
-
Líderes que têm comprometimento maior com princípios perpétuos do negócio e com
depositários organizacionais;
-
Membros do grupo que são receptivos ao risco, à experimentação, à inovação e à
mudança de estratégias e práticas, sempre que for necessário para satisfazer os
legítimos interesses dos depositários.
b)
Culturas conservadoras:
Se caracterizam pela manutenção de idéias, valores, costumes e tradições que
permanecem arraigados e que não mudam ao longo do tempo. São organizações
conservadoras que se mantêm inalteradas como se nada tivesse mudado no mundo ao
seu redor;
c)
Culturas fortes:
Seus valores são compartilhados intensamente pela maioria dos funcionários e
influencia comportamentos e expectativas. Empresas como IBM, 3M, Merk, Sony,
Honda, estão entre aquelas que ostentam culturas fortes. As empresas com
cultura forte tipicamente têm declaração de valor e os executivos
encorajam as pessoas a segui-los de maneira regular e seriamente;
d)
Culturas fracas:
São culturas mais facilmente mudadas. Como exemplo, seria uma empresa pequena e
jovem. Como está no início, é mais fácil para a administração comunicar os
novos valores, isto explica a dificuldade que as grandes corporações tem para
mudar sua cultura. A cultura de uma empresa pode ser fraca e fragmentada no
sentido de que existem muitas subculturas, poucos valores e normas
comportamentais são vastamente compartilhados e existem poucas tradições
fortes.
O PODER DA
CULTURA ORGANIZACIONAL - estratégia
As crenças, objetivos e
práticas adequados para a estratégia podem ou não ser compatíveis com a
cultura da empresa. Quando não são compatíveis a empresa encontra dificuldades
para implementar a estratégia com sucesso. Quando a cultura da empresa está
sincronizada com que o que é necessário para o sucesso estratégico, a cultura
precisa ser mudada tão rapidamente quanto possível; quanto mais entrincheirada
for a cultura, maior a dificuldade de implementação de estratégias novas ou
diferentes.
Um forte alinhamento
da cultura com a estratégia é uma
alavanca poderosa a canalizar o comportamento e ajudar os empregados a fazer
seu trabalho de maneira que proporcione maior suporte para a estratégia.
CULTURA
ORGANIZACIONAL RUIM
Existem algumas características
culturais que são hostis, insalubres, e tendem a minar o desempenho de uma
empresa em crescimento rápido.
a) Ambiente interno politizado: que
permite que os gerentes influentes operam seus feudos de maneira autônoma e
resistam às mudanças necessárias;
b) Hostilidade: contra a mudança e
contra as pessoas que descobrem novas maneiras de fazer as coisas.
c) Promoção de gerentes: que
entendem de estruturas, sistemas, orçamentos e controles melhor que visão,
estratégias, inspiração e formação de cultura.
CLIMA ORGANIZACIONAL (C.O.)
O C. O. refere-se ao ambiente interno que existe entre os
participantes da empresa. Está intimamente relacionado com o grau de motivação
de seus participantes. O termo clima organizacional refere-se especificamente
às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aqueles
aspectos internos da empresa que levam à provocação de diferentes espécies de
motivação nos seus participantes. Em termos mais práticos, o clima
organizacional depende das condições econômicas da empresa, do estilo de
liderança utilizada, das políticas e valores existentes, da estrutura
organizacional, das características das pessoas que participam da empresa, da
natureza do negócio (ramo de atividade da empresa) e do estágio de vida da
empresa.
O Clima é um fenômeno que
resulta do jogo das variáveis culturais. É como a melodia, resultante das
notas e compassos. O clima, portanto é decorrente da maior ou menor
permissividade dos preceitos, da maior ou menor exigência tecnológica. O
equilíbrio entre preceitos e caráter resulta em coesão, moral elevada,
segurança e satisfação.
Revelou-se possível caracterizar
clima organizacional por meio do modelo dos três motivos sociais básicos, de
Mc.Clelland:
- O motivo de poder indica
valorização dos preceitos;
- O motivo de realização enfatiza
a tecnologia; e
- O motivo de afiliação dá
destaque ao caráter.
Embora o clima seja uma
resultante da cultura, tem também sobre ela efeito. Climas tensos provocam
revisão do binômio preceitos-caráter. Há, portanto, uma causalidade circular
entre cultura e clima. Embora um clima de harmonia seja mais confortável nem
sempre é o mais criativo, pois tensão e conflito levam a inovação de mudanças
necessárias. A diferenciação é tão necessária quanto a integração.
Clima Organizacional X Cultura Organizacional
É importante ressaltar que não
são intercombináveis os conceitos de cultura e clima organizacional. O clima
não aponta os modos institucionalizados de agir e de pensar. O clima mapeia o
ambiente interno que varia segundo a motivação dos agentes. Aprende suas
reações imediatas, suas satisfações e suas insatisfações pessoais: Desenha um
retrato dos problemas que a situação do trabalho, a identificação como a
organização e a perspectiva de carreira eventualmente provocam na cultura
organizacional constituem sistemas de referências simbólicas e moldam as ações
de seus membros segundo um certo figurino. Ao servir de elo entre o passado e o
presente, contribuem para a permanência e a coesão da organização. E diante das
exigências que o ambiente externo provoca, formam o conjunto de soluções
relativas à sobrevivência, à manutenção e ao crescimento da organização.
Cultura e clima têm efeito também
sobre a produtividade organizacional, pois podem facilitar ou entravar a
eficiência organizacional. Cultura e clima não só se alteram por agitações
internas, como sofrem mudanças por fatores externos: Legislação governamental,
pressões políticas, demandas de clientes, recursos de mão-de-obra,
matéria-prima, etc. - mudanças essas nem sempre planejadas.
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